Manifestação dos médicos reúne cerca de 500 pessoas no Rio
01/08/2013
O segundo dia de paralisação nacional reuniu cerca de 500 pessoas, entre médicos, residentes, representantes de entidades médicas e estudantes de medicina, no ato público em defesa da saúde, no Centro do Rio. Os manifestantes, que se concentraram na Cinelândia, seguiram em passeata até o Ministério da Saúde, na Rua México, e, depois, caminharam até a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Durante o ato, com auxílio policial, foram interditados trechos das Avenidas Rio Branco, Almirante Barroso e Presidente Antônio Carlos.
Com faixas e cartazes, os participantes demonstraram repúdio às medidas anunciadas recentemente pelo governo federal, como a MP 621/2013, que cria o programa “Mais Médicos para o Brasil”, que prevê a importação de médicos sem a revalidação do diploma. A categoria também criticou os vetos à Lei do Ato Médico; a privatização da saúde; o sucateamento das unidades; a redução do número de leitos e o fechamento de hospitais e serviços.
Durante todo o percurso, os manifestantes declararam palavras de ordem, reivindicando maiores investimentos para a saúde pública e a valorização da medicina, com a realização de concurso público, salários dignos e carreira de Estado.
Em seu discurso, a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo, criticou a atitude das autoridades de tomar decisões sem consultar as entidades médicas.
“Estamos reunidos numa praça histórica para o Rio para manifestar a nossa insatisfação em relação às medidas que o governo vem tomando sem conversar com as entidades médicas. Nós trabalhamos nas unidades públicas e sabemos quais são as suas reais necessidades. Vivenciamos, hoje, o desmonte da saúde no interior e nas capitais”, declarou a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo.
Estudantes de medicina da Universidade Gama Filho também aderiram à mobilização e reivindicaram a intervenção do Ministério da Educação na instituição e o pagamento dos salários atrasados dos professores. Sem aulas e hospital-escola, os alunos ocuparam a reitoria da Gama Filho e aguardam um retorno da mantenedora Galileo Educacional. Já os residentes demonstraram preocupação acerca do próximo concurso para residência, pois a data ainda não foi marcada.
Os manifestantes encerraram o ato público ocupando a escadaria da Assembleia Legislativa, onde cantaram o Hino Nacional.
A próxima mobilização nacional dos médicos será no dia 8 de agosto, em Brasília, quando ocorrerá uma audiência pública para tratar da MP 621/2013.
Além de conselheiros do CREMERJ, participaram do ato público: o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aloísio Tibiriça (CFM); o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), Jorge Darze; a secretária-geral da Associação dos Médicos Residentes do Rio de Janeiro (Amererj), Patrícia Araújo; e representantes de outras entidades médicas.