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No Rio, cerca de 3 mil pessoas protestam em defesa da saúde

03/07/2013

Cerca de 3 mil pessoas, entre médicos, residentes, estudantes de medicina e membros da sociedade civil, protestaram, nesta quarta-feira, 3, no Centro do Rio de Janeiro, em defesa da saúde e contra a intenção do governo federal de trazer médicos estrangeiros para atuar em cidades do interior sem a revalidação do diploma. O grupo, que se concentrou na Cinelândia – em frente à Câmara Municipal –, seguiu em passeata até o Ministério da Saúde, na Rua México. Em seguida, caminharam até a Assembleia Legislativa, onde ocuparam a escadaria num ato público.

Com cartazes e faixas, os manifestantes cantaram o Hino Nacional e declararam palavras de ordem, como “Ei, Padilha, vem se tratar no SUS”, “Chega de privatização”, “Ebserh, não!” e “Mais vagas para a residência médica”. O movimento também criticou a privatização da saúde, por meio da Saúde Brasil – braço da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) – para gerir os hospitais e institutos federais.

“Nossa manifestação está sendo um sucesso, porque foi aderida pelos colegas e por toda a população. Dizem que os médicos não querem ir para o interior, mas, na verdade, ao chegar lá, os colegas ficam reféns dos prefeitos, recebendo salários que oscilam frequentemente e com condições precárias para trabalhar em função da falta de infraestrutura. Por isso, defendemos a carreira de Estado e um maior investimento para a saúde”, declarou a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo.

A categoria reivindicou ainda a realização de concursos públicos com salários dignos, planos de carreira e a sanção presidencial, sem vetos, do projeto de lei 268/2002, conhecido como “Lei do Ato Médico”, que regulamenta o exercício da medicina no Brasil. O texto foi aprovado, recentemente, pelo Senado Federal, passando nas comissões de ensino, assuntos sociais e de constituição da Justiça por unanimidade.

O movimento também denunciou a situação crítica da residência médica, que está ameaçada, pois ainda não há previsão de concurso para o próximo ano. O Ministério da Saúde, por sua vez, não se pronuncia oficialmente sobre o assunto.

“Se não tiver concurso público e preceptoria, a residência médica do Rio de Janeiro vai parar”, afirmou a presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Beatriz da Costa.

A privatização da saúde, por meio de OSs, Oscips, Ebserh e outras, foi muito criticada durante a manifestação. O grupo também exigiu maior investimento financeiro do governo para a saúde, como a implantação da proposta de 10% da receita bruta da União direcionada ao setor. Para isso, o objetivo é coletar 1,5 milhão de assinaturas para que um projeto de lei de iniciativa popular possa ser criado. Até o momento, cerca de 1,3 milhão de pessoas já assinaram.

Em todo país, foram realizadas mobilizações nesta quarta-feira. No Rio de Janeiro, o ato público foi organizado pelo CREMERJ, Associação Médica Brasileira (AMB), Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), demais entidades médicas regionais, médicos e acadêmicos, inclusive os participantes de redes sociais.

“As recentes manifestações populares apontaram para que se tenha mais saúde e educação. Estamos aqui para mostrar os pleitos da categoria. Infelizmente, as medidas anunciadas recentemente pelo governo são inócuas e paliativas, pois não oferecem soluções de longo prazo”, concluiu o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá.