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CREMERJ participa de audiência com o ministro da Saúde

09/04/2013

Durante audiência pública em Brasília, realizada no dia 2 de abril, a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo, representantes de várias entidades médicas nacionais e parlamentares debateram com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sobre a situação caótica que está o segmento no Brasil. Eles questionaram a entrada de profissionais estrangeiros no país sem a revalidação do diploma, a falta de recursos humanos, o financiamento da saúde, o trabalho médico, as baixas remunerações, a ausência de concurso público, a residência médica, a aposentadoria e a gratificação de desempenho GDM dos médicos federais.

O caos provocado pela ausência de recursos humanos, que se torna mais evidente no Rio de Janeiro por sediar o maior número de hospitais federais, foi destacado por Márcia Rosa e pelos conselheiros Sidnei Ferreira e Pablo Vazquez. Eles falaram sobre o fechamento de vários serviços no estado e o quanto isso tem prejudicado a residência médica, além de afetar a população. Padilha, entretanto, disse que o Ministério da Saúde sabe que existem áreas que precisam de aprimoramento, mas que a pasta tem trabalhado por melhorias no setor.

“O ministro não mostrou nenhuma motivação em relação às reivindicações da categoria médica. Aliás, o ministério tem feito isso há bastante tempo. Falamos sobre a recusa da aposentadoria para médicos com 40h no federal e outro vínculo de 24h no estado ou município. Citamos os compromissos de melhorias que o Dr. Helvécio disse, em novembro, que faria no Cardoso Fontes e no HGB, mas que até o momento nada aconteceu. Relatamos os problemas que os residentes vêm enfrentando no Rio, além das gratificações dos médicos federais – a menor em nível superior –, porém não notamos interesse. Então, cabe a nós, médicos, exigir os nossos direitos, mostrando a força da nossa categoria, com união e protestos. O Conselho não deixará de lutar. Faremos, inclusive, uma manifestação no domingo, 7 de abril, que é o Dia Mundial da Saúde, na Praia de Copacabana”, declarou Márcia Rosa.

Manifestação em Brasília

Cerca de 500 médicos de todo o país e parlamentares participaram também no dia 2 de abril de uma mobilização no Senado Federal em favor da saúde pública e da medicina. Durante o encontro, que contou com o apoio do CREMERJ e de várias entidades médicas nacionais e regionais – como o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e a Associação Nacional de Residência Médica (ANMR) –, deputados federais, senadores, médicos e estudantes de medicina cobraram do poder público soluções para os problemas da saúde pública brasileira. Para os manifestantes, a atual crise pode ser vencida com o aumento do financiamento do setor e da valorização dos profissionais.

A concentração dos médicos em Brasília mostrou a insatisfação da classe com as ações anunciadas, recentemente, pelo governo federal. Entre elas, destacam-se a possível entrada de médicos com diplomas de medicina obtidos no exterior sem a sua respectiva revalidação; a falta de uma carreira de Estado para os médicos do SUS; e a possibilidade de o governo oferecer subsídios e destinar recursos públicos para as operadoras de planos de saúde.

Os manifestantes se reuniram no auditório Petrônio Portela, no Senado, onde debateram sobre vários assuntos de interesse da categoria médica. Alunos da Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, também foram à capital federal protestar contra a péssima administração da mantenedora Galileo Educacional. Na ocasião, eles se reuniram com representantes do Ministério da Educação e garantiram acompanhar o caso, exigindo soluções. Para Aloísio Tibiriçá, conselheiro do CREMERJ, coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS e 2º vice-presidente do CFM, o encontro foi um marco na história do movimento médico. “A responsabilidade pelas mazelas da saúde não pode ser transferida aos médicos, mas à falta de financiamento do setor e ausência de uma política de estado na assistência em saúde, capaz de distribuir e valorizar os profissionais da área”, salientou.

O CREMERJ representou o Rio de Janeiro durante o ato público. Participaram também do evento os conselheiros Armindo Fernando da Costa e Erika Reis. “Pedimos dignidade para os médicos e seus pacientes. Estamos em defesa das causas não só da nossa categoria, mas da sociedade. Queremos respostas e resoluções”, frisou Márcia Rosa.