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Fórum: situação da cirurgia bariátrica no Rio é grave

19/03/2013

O fórum \"Critérios de prioridade da fila de espera para cirurgia bariátrica\", promovido pelo CREMERJ, nesta segunda-feira, 18, debateu o panorama da cirurgia bariátrica e o compromisso dos gestores públicos com a especialidade. A presidente do Conselho, Márcia Rosa de Araujo; os diretores Armindo Fernando da Costa e Kássie Cargnin – que, respectivamente, dirigem o Grupo de Trabalho sobre Cirurgia Bariátrica e Metabólica e a Câmara Técnica de Endocrinologia – e o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica  e Metabólica - Capítulo RJ, Mário Victor de Faria Nogueira,  falaram, na abertura, sobre a falta de apoio por parte da gestão pública.

\"A obesidade é uma doença. A cirurgia bariátrica é uma necessidade, e não uma questão estética. É um absurdo o descaso das autoridades em relação a essa especialidade. O CREMERJ realiza esse fórum para que haja a troca de informações, mas principalmente para detectar os problemas. Contem conosco para cobrar dos gestores públicos um rumo para a cirurgia bariátrica\", afirmou Márcia Rosa.

Para avaliar o panorama da cirurgia bariátrica no Rio de Janeiro,  chefes do serviço de vários hospitais apresentaram dados de como funciona o setor nas suas unidades de trabalho e todos apresentaram problemas. O Hospital de Ipanema, que realizou 354 procedimentos cirúrgicos desde 1997, enfrenta problemas com a falta de recursos humanos, leitos, insumos e salas para cirurgias. A situação se repete nos hospitais do Andaraí, dos Servidores e do Universitário Clementino Fraga Filho, que pertence à UFRJ.

Já no Hospital Carlos Chagas, as condições são mais adequadas. Há enfermarias e CTI isolados para obesos, um tomógrafo específico para pessoas com sobrepeso - o único da América Latina -, atendimento domiciliar e sistematização do atendimento pela Central de Vagas e triagem no próprio hospital. A expectativa é operar 360 pacientes este ano. Em 2012, foram realizadas 240 cirurgias. O Carlos Chagas, por sua vez, conta com o suporte de uma parceria público-privada.

\"O Sistema Único de Saúde deveria ter financiamento, gestão qualificada, leitos, recursos humanos e recrutamento de novos profissionais, mas há déficit de tudo isso. Infelizmente, a falta de recursos humanos é um problema geral que afeta todas as especialidades. As maiores instituições de saúde estão no Rio de Janeiro, porém ficamos desassistidos. Existe uma falta de entrosamento entre o federal, estadual e municipal que traz transtornos para os médicos, mas principalmente para a população\", salientou o conselheiro do CREMERJ e vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá.

Para explicar a situação da cirurgia bariátrica no Rio, foram convidados o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes; o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann; e o representante do Ministério da Saúde no Rio, João Marcelo Alves. No entanto, compareceu apenas a representante da Secretaria de Estado de Saúde, Ana Lúcia das Neves, que reconheceu que o sistema de regulação de vagas federal, estadual e municipal poderia se unificar para evitar conflitos. Ana Lúcia também ouviu as sugestões sobre a cirurgia bariátrica no Rio.

\"Lamentavelmente, dois gestores públicos faltaram. Isso deu a entender que a situação dos obesos mórbidos, que tanto nos preocupa, parece que não é tão grave para eles. Vamos marcar uma  nova reunião com o grupo para o dia 15 de abril, esperando, dessa vez, contar com a presença de representantes dos três setores\", declarou a conselheira Kássie Cargnin.

O fórum foi encerrado com a apresentação de uma proposta de critérios de prioridade para fila de espera em cirurgia bariátrica, apresentada pelo membro do Grupo de Trabalho de Cirurgia Bariátrica, Marco Antonio Leite. O projeto classifica em até quatro os pontos mais graves de um paciente, como diabetes e hipertensão. O evento contou com a participação de vários especialistas da área de endocrinologia e cirurgia bariátrica, como Fernando Barroso, Walmir Coutinho, Fernando de Barros, Cid Araujo Pitombo, Daniel Ferreira, Antonio Augusto de Souza, Paulo Roberto Pinho e Cid Marco David.

\"A situação dos obesos mórbidos é dramática no Rio. Em uma estimativa, com o número de cirurgias que é feita no estado, vamos resolver o caso desses pacientes somente nos próximos 20 anos. Hoje, temos cerca de cinco mil pessoas aguardando a cirurgia bariátrica no Rio de Janeiro. Queremos saber qual é a solução dos nossos gestores públicos para esse problema\", indagou o presidente da Federação Latino-Americana das Sociedades de Obesidade, Walmir Coutinho.