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Cardoso Fontes: falta de médicos estimula manifestação

04/03/2013

Médicos e profissionais de saúde protestaram nesta segunda-feira, 4, contra a situação caótica do Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, provocada principalmente pela falta de recursos humanos. A manifestação, organizada pelo CREMERJ, reivindicou também o cumprimento do acordo que o Ministério da Saúde fez com o corpo clínico do hospital em novembro de 2012. Na ocasião, o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, afirmou que ia contratar médicos temporários para suprir de forma emergencial as necessidades da unidade.

“No dia da reunião, o Dr. Helvécio nos deu um prazo de até 30 dias. Três meses já se passaram e até agora nada foi feito. Por falta de médicos, foram fechadas a emergência da pediatria, que era referência no país, e a Unidade Intermediária Clínica, além de outros setores. Estamos com uma sobrecarga grande de trabalho, porque a carência de profissionais existe em todas as especialidades”, desabafou a médica Magali Luppo, presidente da Comissão de Ética do Cardoso Fontes.

Outro problema é que as obras na emergência do hospital estão paradas há mais de dois anos e sem previsão de serem retomadas. Atualmente, a emergência funciona no primeiro andar com apenas nove leitos. Como o número de pacientes é grande, improvisou-se no segundo piso uma continuidade do setor, onde os internados ficam em macas nos corredores ou, em outra sala, sentados em cadeiras. Por falta de profissionais, a emergência precisou ser fechada algumas vezes.

“Essa emergência está aberta em respeito à população, mas as condições são péssimas. Nós queremos um serviço de saúde público de qualidade. O governo resolveu abandonar os concursos e quer contratar profissionais para ganhar salários baixos, desvalorizando cada vez mais o médico. O Rio de Janeiro está ficando desassistido e isso precisa mudar”, afirmou a conselheira Erika Reis.

Os programas de residência médica também estão ameaçados com a atual situação do Cardoso Fontes. As vagas já foram reduzidas para o próximo concurso e a residência de proctologia foi fechada.

“O Conselho trabalha em defesa dos médicos e do bem-estar da população. Os médicos estão sendo expostos pela falta de estrutura e sobrecarga de trabalho. Já a população merece um atendimento qualificado e infelizmente não tem recebido”, disse o conselheiro Nelson Nahon.

A conselheira Kássie Cargnin e membros do corpo clínico do Hospital Cardoso Fontes também participaram da manifestação.