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Falta de médicos e superlotação no Salgado Filho

20/02/2013

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) fiscalizou nesta quarta-feira (20) a Emergência do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier – Zona Norte do Rio –, e constatou irregularidades, principalmente pela falta de médicos. Ratificou-se, após visita realizada na última segunda-feira, que há carência de clínicos gerais e outros especialistas, como neurocirurgião, intensivistas e anestesistas. Também foi constatada a superlotação da unidade e um número reduzido de plantonistas. A delegada da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Nair Guedes, também acompanhou a visita.

Com capacidade para internação de sete mulheres e sete homens, o setor de observação estava sobrecarregado, com 24 pacientes na ala feminina e 26 na masculina, além de doentes em macas improvisadas nos corredores da Emergência. Também constatou-se superlotação na Sala de Reanimação, com oito internados, enquanto que a estrutura física permite apenas quatro.

Na Unidade de Pacientes Graves (UPG), local que deveria ter um plantonista 24 horas, havia somente profissionais da enfermaria. O plantão é feito apenas quatro dias na semana e, hoje, por exemplo, o profissional não estava presente. Quando acontece alguma emergência na Unidade, o especialista do núcleo de Reanimação é chamado. Para uma Emergência complexa como a do Salgado Filho, o ideal, segundo o Conselho, é ter sete plantonistas, mas a realidade é outra: quando se tem quatro médicos de plantão é muito.

“Nossos colegas estão desanimados, a sobrecarga é grande. O Hospital é referência para as unidades básicas e UPAs instaladas no município, regaladas pela Central de Regulação de Vagas. Novos pacientes são encaminhados para a Emergência sem que a Coordenação do setor possa tomar ciência da liberação do leito. Esta posição leva ao caos hoje instalado no hospital e inviabiliza o desempenho do ato médico com qualidade, expondo os médicos a situações que ferem a ética profissional”, explicou a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo.

A delegada da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Nair Guedes, disse que providências serão tomadas.

“O que vi hoje no Salgado Filho está acontecendo em todos os hospitais municipais, estaduais e federais. A meta é fazer uma reunião com os membros dirigentes para resolver essa problemática. Também queremos que haja uma fiscalização para saber como os hospitais estão empregando o dinheiro que têm recebido. A OAB está focada na Saúde e queremos solucionar todo esse caos”, afirmou.

Retorno ao hospital

Esta é a segunda vez na semana que o CREMERJ comparece ao Hospital Municipal Salgado Filho após uma denúncia do corpo clínico. Na última segunda-feira (18), a Comissão de Fiscalização esteve na Emergência e constatou vários problemas. Por causa das irregularidades, o CREMERJ entrou em contato com a Comissão de Direitos Humanos da OAB, que decidiu visitar o local.

“O Salgado Filho é referência para atendimento ao Trauma. O quantitativo reduzido de plantonistas que temos visto aqui impede que seja oferecida uma assistência médica digna aos pacientes. Além disso, inviabiliza o desempenho do ato médico com qualidade, expondo os médicos a situações que ferem os preceitos da ética profissional”, concluiu Márcia Rosa.