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CREMERJ aponta más condições do Hospital da Piedade

27/07/2012

O CREMERJ finalizou relatório sobre fiscalização realizada no Hospital Municipal de Piedade na última terça, após receber informes sobre as más condições e falta de infraestrutura na unidade. O documento conclui que as condições de funcionamento da unidade são precárias, com falta de recursos humanos, materiais e equipamentos, o que representa risco aos pacientes e expõe os médicos no exercício de sua profissão. O relatório será encaminhado para o Ministério Público estadual.

Com o setor de oftalmologia fechado desde 2009, houve uma redução de 25% no total das cirurgias no hospital, que foram concentradas num único centro cirúrgico, composto por quatro salas. O serviço de oftalmologia, que era centro de referência e formação de especialistas na área, realizava cerca de 180 cirurgias por mês, e hoje faz no máximo 60.

O centro cirúrgico é o local onde mais se encontram problemas. Há falta de marca-passos e instrumentos cirúrgicos. Como não há materiais para realização de diversos procedimentos, os médicos disponibilizam seus próprios instrumentos para que o trabalho não pare. O mobiliário e as pinças cirúrgicas são antigos, com macas cirúrgicas que datam de 1969, e os focos de luz, imprescindíveis durante a operação, são precários e de iluminação deficiente.

O hospital não possui ambulância própria, e na clínica médica os pacientes chegam a enfrentar 30 dias de espera por um diagnóstico por conta da demora na realização em exames de imagens. Na farmácia, além da falta de medicamentos, muitos chegam próximos ao fim da validade e são descartados. Alguns corredores servem como depósito de materiais, com macas e colchões que dificultam a circulação e prejudicam as condições de higiene.

O Hospital de Piedade não registra sua direção técnica junto ao CREMERJ desde outubro de 2011, o que contraria as resoluções do CREMERJ 23/86 e do CFM 1980/2011. O centro de tratamento intensivo não possui chefia médica há oito meses. Segundo a fiscalização do Conselho, a falta de médicos é crítica, sendo necessários dois médicos na unidade coronariana, três médicos de rotina na UTI, quatro médicos na cirurgia geral, seis clínicos e quatro pediatras.

Durante a visita, os conselheiros Luís Fernando Moraes, Armindo Fernando da Costa, Sidnei Ferreira e Pablo Vazquez ouviram as reivindicações dos médicos e pacientes. “Existe um sucateamento grande. Vamos cobrar do Ministério da Saúde e da Prefeitura para que nos aponte uma real melhora. O desejo do Conselho é reativar plenamente o hospital e permitir o melhor funcionamento para os pacientes”, ressaltou Pablo Vazquez, coordenador da comissão de saúde pública do CREMERJ.