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No Rio, manifestação marca luta contra planos de saúde

26/04/2012


Pela terceira vez em um ano, o CREMERJ participou de protesto nacional de médicos para reivindicar reajuste anual de honorários às operadoras de saúde e o pagamento da Classificação Brasileira de Honorários e Procedimentos Médicos (CBHPM) plena, entre outras medidas. O evento mobilizou representantes da Somerj, da Central Médica de Convênios, de sociedades médicas e associações de bairro na manhã dessa quarta-feira, 25, Dia Nacional de Advertência aos Planos de Saúde, em frente à sede da FenaSaúde, no Centro do Rio.

Com carro de som, banners, faixas, cartões amarelos e distribuição de panfletos à população, a presidente do CREMERJ, Márcia Rosa de Araujo, e o conselheiro Pablo Vazquez iniciaram a manifestação. Também participaram do ato os conselheiros Luís Fernando Moraes, Erika Reis, Kássie Cargnin, Nelson Nahon, Sidnei Ferreira, Renato Graça, Gilberto dos Passos, Serafim Borges, Sergio Albieri e José Ramon Blanco (também presidente da Somerj), além dos representantes das demais entidades.

Márcia Rosa de Araujo chamou a atenção para os valores defasados que são pagos aos médicos por planos de saúde, como  Amil e Bradesco, para realizar partos, cirurgia de fimose e outras.

\"A população, que paga reajuste anual de seu plano de saúde, não sabe que um médico recebe entre R$ 448,80 e R$ 500,56 das operadoras para fazer um parto, sendo que esses valores são divididos com a equipe. Da mesma forma, os médicos recebem de algumas operadoras, por uma consulta, R$ 50,00. Essa remuneração não é suficiente para as despesas fixas do consultório e, assim, os médicos são obrigados a prestar um número maior de consultas, comprometendo a qualidade do atendimento\", alertou Márcia Rosa.

Ainda convocando o apoio da população, a presidente do CREMERJ explicou que o movimento busca também a aprovação do Projeto de Lei 6.964, de 2010, que prevê reajuste anual nos contratos dos médicos com as operadoras.

\"Se não houver o reajuste adequado, o próximo passo será a paralisação dos serviços. A FenaSaúde classificou o ano de 2011 como espetacular para a saúde suplementar, pois seus lucros foram altos. No entanto, pouco foi repassado para os médicos\", concluiu Márcia Rosa.

À tarde, Aloísio Tibiriçá, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina e também conselheiro do CREMERJ; Juradir Turazzi, da Associação Médica Brasileira (AMB); e Márcio Bichara, da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), reuniram-se com Antônio Endrigo, Carlos Figueiredo e Bruno Sobral, da direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), para apresentar proposta de contratualização, com o estabelecimento de critérios adequados para contratação de médicos pelas operadoras de planos de saúde. Os representantes da agência afirmaram que o documento, que contém 15 itens, será analisado e agendaram uma nova reunião, dia  14 de maio.

A rede suplementar atende hoje 46 milhões de pessoas no Brasil e o mercado de planos de saúde registra crescimento de mais 10% ao ano.

\"O momento é de avanço nas negociações. A ANS, em princípio, foi receptiva, e esperamos que isso possa resultar bons frutos para os médicos e todo o sistema de saúde suplementar”, salientou Aloísio Tibiriçá.