Ministro da Saúde chama médicos para hospitais federais
09/11/2011
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira, 9, a convocação de 230 médicos concursados para seis hospitais federais do Rio de Janeiro e para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
O ministro afirmou que 17 anestesistas já foram chamados para o Hospital Cardoso Fontes, onde seis setores foram fechados por falta de médicos. De acordo com Padilha, oito já se apresentaram à unidade.
Para o coordenador da Comissão de Saúde Pública do CREMERJ, Pablo Vazquez, essa é mais uma conquista da classe médica. “Estamos na luta para chamar a atenção das autoridades competentes para a precariedade da saúde Pública no Estado. A convocação dos concursados é mais uma vitória da classe médica e da população”, disse.
O anúncio da convocação dos médicos foi feito durante o lançamento do programa SOS Emergências, no Hospital Miguel Couto.
Ao deixar a unidade, o ministro passou por pacientes que aguardavam atendimento e gritaram em protesto: \"Queremos médico\".
Ação
No dia 26 de outubro, o Conselho impetrou ação civil pública, com pedido de liminar, na Justiça federal, solicitando a contratação dos médicos aprovados no concurso realizado pelo Ministério da Saúde, em 2010, para os hospitais federais no Rio de Janeiro.
Na ação, a presidente do Conselho, Márcia Rosa de Araujo, afirma que \"a necessidade de recursos humanos na rede federal de saúde é premente, e como é de conhecimento geral, o número de médicos lotados nos hospitais federais é insuficiente para atender à grande demanda de pacientes\".
Carta à presidência, a ministérios e à Alerj
No dia 26 de setembro, o CREMERJ enviou carta à presidente da República, Dilma Rousseff; à ministra do Planejamento, Miriam Belchior; e ao ministro da Saúde; expondo a situação em que se encontra a saúde no Rio de Janeiro. No documento, assinado pela Presidente do CREMERJ, constam informações do Núcleo Estadual do MS (Nerj), como a falta de mais de 560 médicos nos seis hospitais federais.
“Trata-se de uma crise anunciada já que, de acordo com informações do próprio Ministério da Saúde, cerca de 50% dos médicos com vínculo federal no Rio de Janeiro já estavam aptos a aposentadoria desde o início de 2010. Soma-se a isso o fim das contratações temporárias, realizadas para cobrir eventuais desfalques nas equipes, que foram questionadas pelo Tribunal de Contas da União\", expunha a carta.
Em reuniões promovidas pelo Conselho, o próprio Diretor de Gestão Hospitalar do MS no Estado, João Marcelo Ramalho, admitiu que a falta de recursos humanos nas unidades é grave e afirmou que o Ministério da Saúde está empenhado em resolver o problema, mas esbarra no do Planejamento, que reluta em permitir a realização de concursos e mesmo a contratação de médicos já concursados.
“Sabendo que o processo seletivo foi realizado dentro da legalidade, é imprescindível que este impasse chegue ao fim para que seja restabelecido o atendimento a população”, frisava o documento.
Já no dia 25 de outubro, Dia Nacional de Protesto para a Valorização da Saúde Pública, após audiência com o deputado Bruno Correia, presidente da Comissão de Saúde da Alerj, e com os deputados Enfermeira Rejane, Janira Rocha e Paulo Ramos para debater os problemas da saúde, Márcia Rosa de Araujo entregou um documento com as reivindicações dos médicos.
Nele, a classe médica exigia mais recursos para a saúde pública, em todos os níveis de governo; convocação imediata de todos os aprovados nos concursos públicos dentro da validade; concurso público com o salário preconizado pela Fenam (R$ 9.188,22); mais vagas para a residência médica; implantação do plano de cargos, carreira e vencimentos (PCCV) para os médicos no SUS, principalmente na Estratégia de Saúde da Família (ESF); aumento da tabela SUS com implementação da CBHPM; e melhoria das condições de trabalho nos hospitais, postos de saúde, maternidades e na ESF.