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Clipping - Ofensiva contra o mosquito

O Globo / Niterói

16/02/2019


Até abril, agentes da Fiocruz farão solturas de mosquitos com ‘Wolbachia’ na Região Oceânica. Depois, partem para a segunda etapa em Icaraí e Santa Rosa. Em Jurujuba, primeiro bairro a receber a ação, 90% da população de insetos têm a bactéria e não transmitem doença

 

Oprograma World Mosquito Program (WMP), de combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, está realizando na Região Oceânica uma nova soltura de mosquitos com Wolbachia — bactéria que retira a capacidade deles de transmitirem dengue, zika e chicungunha. Conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a campanha tem apoio da prefeitura. As ações se estenderão até abril e têm o objetivo de garantir que pelo menos 60% dos mosquitos que habitam a região tenham a Wolbachia, já que atualmente a meta só é atingida em alguns bairros. Depois, será realizada a segunda etapa de solturas em Icaraí e Santa Rosa. Em Jurujuba, onde o projeto finalizou as solturas em 2016, a população de Aedes aegypti com Wolbachia já se consolidou chegando a 90% dos mosquitos, segundo a Fiocruz.

Além das solturas, temos armadilhas que coletam mosquitos toda semana para medir a quantidade dos que têm a Wolbachia no ambiente. Como em alguns lugares há mais recipientes com água parada que funcionam como criadouros de mosquitos sem a bactéria do que outros, a média acaba sendo menor. Por isso, precisamos soltar mais mosquitos com Wolbachia nesses locais para que eles se desenvolvam e contaminem os outros. Só assim será possível consolidar a ação no ambiente —explica o biólogo Gabriel Sylvestre, coordenador do programa.

     

CHICUNGUNHA DISPARA

Sylvestre diz que ainda não é possível medir o impacto do programa na cidade porque a população consolidada de Aedes aegypti com Wolbachia se concentra em localidades pequenas e, desde a implantação do programa, nenhuma epidemia foi identificada em Niterói para que fosse possível mensurar sua abrangência em cada região. O número dos casos registrados de dengue pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) voltaram a crescer no ano passado em Niterói, depois de três anos de redução, mas chama a atenção a disparada que teve o vírus da chicungunha. Os registros de dengue que vinham em declínio desde 2015, quando foram confirmados 90 e caíram para 41 e 31 nos anos seguintes, em 2018, chegaram a 120 ocorrências. Os de chicungunha chegaram a 646 no ano passado — em 2015 foram quatro. O vírus da zika, que chegou a 109 casos em 2016, não teve registro no ano passado.

De acordo com a prefeitura, o combate aos mosquitos transmissores das doenças é feito pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que já vistoriou mais de 50 mil imóveis este ano para identificar possíveis criadouros e eliminálos. Apenas em janeiro a prefeitura diz já ter vistoriado mais de duas mil casas em mutirões de prevenção e combate ao Aedes aeg ypti. “As ações já aconteceram no Vital Brazil, Martins Torres, Barreto, Caramujo e Engenho do Mato”, informa, em nota.