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Clipping - Espermatozoides lentos bloqueados

Extra / Bem viver

15/02/2019


Estudo revela que o sistema reprodutor feminino não permite que eles cheguem ao óvulo

Cientistas encontraram evidências de que o sistema reprodutor feminino é moldado de tal forma que espermatozoides mais lentos e fracos ficam pelo caminho e não atingem o óvulo. A pesquisa foi feita usando modelos em pequena escala e simulações em computador para mostrar o trajeto do espermatozoide desde o colo do útero até o óvulo. Para isso, foram usados espermatozoides de homens e touros, e o resultado demonstrou que os “nadadores” mais fortes, conhecidos como estenoses, eram mais propensos a atravessar os pontos estreitos. Já os mais fracos, foram pegos por correntes que os empurraram para trás quanto mais avançavam.

— O efeito geral dessas restrições é evitar que espermatozoides mais lentos avancem e selecionar os espermas com maior mobilidade — disse Alireza Abbaspourrad, químico e principal autor do estudo da Universidade de Cornell, em Nova York.

As habilidades de natação dos espermatozoides foram estudadas antes, mas os cientistas de Cornell examinaram especificamente como os espermatozoides se saíam quando atingiam partes estreitas do sistema reprodutor feminino, como a pequena abertura do útero para as trompas.

 

Dificuldade está nos caminhos mais estreitos

Na abertura do útero para as trompas ocorre um desafio particular porque os espermatozoides estão nadando diagonalmente para cima, o que significa que eles devem lutar através do fluido que está passando em direção a eles.

— Se você olhar para a anatomia do sistema reprodutivo em mamíferos, você pode ver que as dimensões do canal que leva ao óvulo não são constantes. Alguns pontos são extremamente estreitos. Alguns espermatozoides passam enquanto outros falham — disse Abbaspourrad.

Para ver como o esperma se comportava nas restrições, Abbaspourrad e seus colegas construíram um pequeno dispositivo “microfluídico” que imitava os pontos apertados que o espermatozoide tinha para navegar.

Só os melhores conseguem chegar ao ‘alvo’

Os cientistas organizaram o dispositivo para que o esperma injetado nele tivesse que nadar contra um fluido em movimento para alcançar as restrições. Como resultado, alguns nadam rápido o suficiente para atravessar os pontos de contato, mas a maioria foi pega na corrente que se aproximava.

Tanto o espermatozoide humano quanto o de touro se comportavam da mesma maneira quando ficavam presos à entrada estreita.

Os resultados mostram que apenas os espermatozoides mais rápidos e, portanto, melhores, podem passar por esses estreitamentos contra um fluxo de fluido. Isso faz um perfeito sentido biológico e ajudaria a explicar como o sistema reprodutivo feminino é capaz de garantir que os melhores cheguem ao óvulo — diz Allan Pacey, professor de andrologia da Universidade de Sheffield.