Clipping - QUALIDADE DE VIDA COM CIÊNCIA E AFETO
O Globo / Especial
04/02/2019
NOVAS TECNOLOGIAS e redes de apoio permitem que pacientes vivam bem com a doença, mas o melhor remédio ainda é a prevenção
Foi-se o tempo em que câncer era sinônimo de doença sem
solução. Hoje o conceito de cura está mudando, pois alguns tumores podem
reaparecer depois dos cinco anos em que, sem a doença, os pacientes costumam
ser considerados curados. Mas a evolução da ciência vem contribuindo para que o
câncer se transforme em uma doença crônica, controlável, com a qual se pode
conviver com poucos impactos na vida cotidiana.
No Dia Mundial de Combate ao Câncer — criado em 2005 pela União
Internacional para o Controle do Câncer, com o apoio da Organização Mundial de
Saúde —, este caderno especial explica alguns desses avanços na medicina, como
a terapia genética, aprovada nos Estados Unidos, e o tratamento imunoterápico,
que já tem bons resultados no Brasil.
Especialistas sustentam que cuidar da mente e dos afetos
também é fundamental, e não só para o doente, mas igualmente para seus
familiares e amigos. As classes hospitalares garantem que crianças e
adolescentes internados continuem aprendendo e tendo contato com gente da mesma
idade. Outro método importante para se lidar com a doença é a linguagem: hoje a
retórica do batalhador que precisa vencer uma guerra vem sendo substituída pela
empatia e pela valorização da troca de experiências.
Além da palavra de médicos e pesquisadores, o caderno reúne
sobretudo histórias de vida que mostram como, na prática, nenhum diagnóstico é
definitivo. Se as mulheres sempre se cuidaram mais, os homens hoje quebram
tabus e contam como descobriram e trataram tumores de próstata, testículo e até
de mama — que, mesmo raro, também pode afetar o sexo masculino.
Apesar da evolução da medicina, uma coisa não mudou: a
prevenção e o diagnóstico precoce ainda são a melhor forma de garantir que
tumores não evoluam ou sejam reincidentes.