Clipping - Peste bubônica: prefeitura nega surto
O Dia / Rio de Janeiro
14/01/2019
Paciente internada em São Gonçalo tem a bactéria da doença. Hospital aguarda laudo da Fiocruz
O temor de que um surto de peste bubônica na Região de São
Gonçalo alarmou os moradores da região. Uma paciente internada na cidade está
com a bactéria, mas isso não quer dizer que ela tenha exatamente essa doença ou
que haja surto da peste na cidade, informou a Prefeitura de São Gonçalo. E como
é transmitida essa doença “medieval”? Por meio de roedores infectados que são
picados por pulgas, que por sua vez picam humanos. E aí o estrago está feito.
Nas redes sociais, internau- tas temem que a doença se espalhe. Mas a
prefeitura adverte: não há surto.
Mas como brasileiro, principalmente o carioca é conhecido
por seu senso de humor, a doença virou motivo de chacota e a atuação da
prefeitura recebeu críticas. Em uma publicação no Facebook um internauta brinca:
“Terra plana, peste bubônica, religião peitando ciência... estou me sentindo um
cidadão medieval”. Outro diz que “a culpa é das autoridades que não fazem a
limpeza adequada na cidade”.
Desde 22 de setembro uma paciente de 57 anos está internada
no Hospital Luiz Palmier com suspeita da doença. Nos exames realizados foi
diagnosticada a presença da bactéria Yersinia pestis, causadora da peste
bubônica e de outros males. A mulher, que está sendo tratada com antibióticos,
permanecerá em isolamento até que um laudo da Fiocruz, confirmando ou negando a
enfermidade, fique pronto. O resultado está previsto para sair no próximo fim
de semana.
A mulher deu entrada no Pronto Socorro Central da cidade e
foi encaminhada para internação no hospital, onde foi realizado o procedimento
padrão de coleta de amostras de sangue, oral, nasal e da pele, por conta de uma
ferida na perna. O contágio com a peste bubônica se dá por meio de contato
direto ou através das pulgas que se hospedam entre os ratos de pelo preto. Se nos
roedores ela é fatal, nos humanos ela é como uma zoonose. Ou seja, uma doença
transmitida de animais para humanos.
A bactéria infecta o ser humano por meio de feridas ou
pequenas abrasões na pele, como no caso da pacien- te internada, que está com
uma ferida na perna. Além da transmissão pela pulga, a peste pode ser contraída
através do contato direto com outro enfermo, por isso a necessidade de a
paciente estar em isolamento.
Uma equipe do controle de zoonoses da Vigilância Ambiental já foi até a resi- dência da paciente realizar a inspeção e não encontrou vestígios de roedores na residência. A bactéria é eliminada com antibióticos.
Principais sintomas da peste
O principal sintoma percebido na peste bubônica é o
surgimento de uma infecção nas glândulas linfáticas, que são responsáveis por
filtrar e “recolher” vírus, bactérias e outros organismos que podem provocar
doenças. Após a picada da pulga e consequente transmissão é que começa a
colonização, reprodução e multiplicação da bactéria no gânglio.
Por ser uma infecção que rapidamente se alastra, a peste
negra é geralmente a primeira de uma série de doenças a atacar o organismo. Os
sintomas costumam aparecer entre dois a cinco dias após a bactéria se alastrar
no corpo.
Entre os principais sintomas estão: sensação de mal-estar,
calafrios constantes, febre igual ou superior a 39°C, possibilidade de
convulsões, dores e contrações musculares, tom rosado assume a cor da pele,
glândulas linfáticas apresentam inchaços e dores são presentes nas axilas,
pescoço e na virilha.