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Clipping - PARA NÃO ESQUENTAR A CABEÇA

Extra / Cidade

18/11/2018


Clínica especializada em remover piolhos e lêndeas em apenas um sessão de tratamento recebe até 60 clientes por mês. Parece até salão de beleza

 

O bichinho é minúsculo, mas capaz de deixar os pais de cabelo em pé. Comum na idade escolar, a infestação por piolhos muitas vezes causa constrangimento para a criança e pode ser difícil de eliminar, ainda mais quando os responsáveis trabalham e têm pouco tempo para remover as lêndeas (os ovos do inseto), além de aplicar xampus especiais e dar medicação. A empresária americana Joana Stauber, de 37 anos, viu nesse problema uma oportunidade. Abriu a Clínica do Piolho, em Copacabana, que promete eliminar a pediculose em uma só sessão.

O sucesso é tanto que a clínica recebe de 40 a 60 pacientes por mês. Uma delas é a publicitária Adriana Gama, de 35 anos, que, cansada de se descabelar por causa dos piolhos na cabeça da filha, decidiu tentar o novo tratamento.

A minha filha tinha esse problema constantemente, uma amiga do colégio vivia com piolhos. Eu geralmente conseguia combater em casa, mas da última vez decidi procurar a clínica para garantir o fim do problema antes das férias escolares.

     

RECEITA É SEGREDO

Joana não entrega a receita, segredo da clínica, mas diz que a técnica foi trazida dos Estados Unidos a cerca de um ano e não usa química agressiva ao couro cabeludo. O método, ela conta, é dividido em três etapas. Na primeira, o couro cabeludo e o cabelo do paciente são examinados em busca de piolhos e lêndeas. Então, é feito um diagnóstico completo da infestação e das áreas afetadas. Por fim, a última fase consiste na remoção completa dos insetos.

— Há inúmeras clínicas desse tipo nos Estados Unidos e na Europa, e decidi fazer a minha própria pesquisa e trazer para o Brasil. Depois de obter a certificação, e com muita prática, me aperfeiçoei num método que remove os piolhos e lêndeas — diz.

Joana Stauber destaca que todo o procedimento é natural, sem remédios ou pesticidas. O tempo de extração varia de duas a três horas e é feito com um gel condicionador e pente fino. Ainda segundo a empresária, o atendimento é feito de forma discreta. No local (Av. Nossa S. de Copacabana 680, sala 307), que mais parece um salão de beleza, são exibidos filmes para distrair os pequenos durante o procedimento.

As opções de procedimento são indicadas de acordo com o nível da infestação e, após uma última verificação, é emitido um atestado dermatológico, válido por sete dias. A avaliação é gratuita, mas o tratamento custa a partir de R$ 300, com desconto para escolas.

Cabelo limpo não está livre do parasita

O dermatologista Fabrício Lamy, de 47 anos, explica que a transmissão do Pediculus humanus, conhecido como piolho, ocorre principalmente na idade escolar pelo contato direto interpessoal ou pelo compartilhamento de objetos como bonés, pentes e escovas. Segundo ele, piolho gosta de cabeça limpa:

— Cabeças bem limpas não estão livres dos piolhos, mas é claro que uma higiene bem feita dificulta a doença. A proliferação é muito fácil, acontece até por meio de um abraço. Uma lêndea é suficiente para reiniciar a infestação. E uma dica para os pais: não é preciso cortar o cabelo das crianças, basta prendê-lo — explica o médico, que trabalha ainda como professor de pós-graduação no Instituto Carlos Chagas.

A doença tem como característica principal a coceira intensa no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça. Com a coçadura das lesões pode ocorrer a infecção secundária por bactérias. O período de incubação dura de oito a dez dias, tempo necessário para que piolhos saiam dos ovos (lêndeas) e tornem-se adultos.