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Clipping - Bolsonaro reage a críticas de prefeituras sobre Mais Médicos

O Globo / País

19/11/2018


Para presidente eleito, há prefeitos que trocaram brasileiros por cubanos e querem ‘ficar livres da responsabilidade’

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), respondeu ontem às críticas de municípios que correm o risco de ficar sem profissionais da saúde após Cuba sair do Programa Mais Médicos. Depois do anúncio do retorno dos 8.300 médicos à ilha até o fim do ano, entidades que reúnem prefeitos e secretários de Saúde se manifestaram.

A decisão foi atribuída, por Cuba, ao posicionamento de Bolsonaro contra o programa e o regime local, uma vez que o governo cubano retém a maior parte dos salários dos profissionais do programa.

Em cartas abertas a Bolsonaro e declarações públicas, prefeitos pediram que o presidente eleito mudasse de posição e alertaram que, dos 3.228 municípios atendidos pelo programa, 611 podem ficar sem nenhum profissional na rede pública a partir do Natal.

Ontem, durante visita a uma competição de jiu-jítsu no antigo Parque Olímpico, no Rio, Bolsonaro reafirmou sua posição e disse que há cidades que demitiram médicos para contratar profissionais cubanos.

— Não podemos admitir escravos cubanos no Brasil. Não podemos continuar alimentando a ditadura cubana. Se nós dermos o tratamento adequado, isso vai ser resolvido. E tem mais: tem prefeitura que mandou embora seu médico para pegar o cubano e quer ficar livre da responsabilidade —disse.

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, evitou polemizar a declaração do presidente eleito:

— Nosso objetivo não é polemizar. Nós precisamos discutir, propôr e dialogar para encontrar alternativas para o programa continuar.

Aroldi disse que não tem conhecimento sobre esse tipo de situação nos municípios.

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, afirmou que não conhece casos em que um prefeito demitiu médicos para ficar com o intercambista cubano, pago pelo governo federal.

O prefeito de Campinas (SP) e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Jonas Donizete, disse, por nota, aguardar soluções. “Não somos contra possíveis alterações. Somos contra deixar a população na mão. E a realidade é que os municípios estão sobrecarregados na saúde.

CRIVELLA ENGROSSA O CORO

Ontem, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, juntou-se aos que se queixaram da saída de Cuba do programa. Em artigo publicado na “Folha de S.Paulo”, ele diz ter enviado a Bolsonaro a sugestão de que médicos das Forças Armadas, dos Bombeiros e das polícias atuem nas unidades de atenção básica.

No artigo, o prefeito diz que foi pego de surpresa coma decisão“unilateral” de Cuba de deixar o Mais Médicos: “Como prefeito, posso atestar que a medida põe em risco a saúde de milhares de pessoas. Coma interrupção do acordo com Cuba, o Rio perde 41 médicos ”.