Clipping - Autoridades alertam para o risco de surto de febre amarela no Rio
O Dia / Rio de Janeiro
17/11/2018
Meta é vacinar 95% da população, mas só 73% foram imunizados. Baixa procura nos postos
Rio - O Ministério da Saúde emitiu alerta para o perigo de surto de febre amarela no país. A preocupação se deve a dois fatores: a proximidade do Verão, período de maior risco de transmissão da doença; e a baixa cobertura vacinal, especialmente em áreas recém-afetadas e com grande contingente populacional, como as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), que já
lançou nova campanha de vacinação, cerca de 11 milhões de fluminenses foram
imunizados, o que corresponde a somente 73% da meta que é de 95% do
público-alvo (a partir dos 9 meses até os 60 anos). Na capital, os números
também são preocupantes. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o
município vacinou apenas 84% do público-alvo.
Entre os anos de 2017 e 2018, a febre amarela ultrapassou
os limites da área tida como endêmica (região amazônica) e o Brasil viveu o seu
mais expressivo surto da doença, atingindo, especialmente, a Região Sudeste.
Segundo o MS, entre julho de 2017 e junho de 2018, foram registrados 1.376
casos humanos da doença, com 483 óbitos. A doença tem alta letalidade, em torno
de 40%, o que torna a situação mais grave.
Pelos cálculos da secretaria estadual, cerca de quatro
milhões de pessoas ainda precisam ser imunizadas no estado até o verão. Para
tanto, a vacina permanece disponível de segunda a sexta-feira nos postos.
Durante os finais de semana de novembro, a secretaria tem montado uma tenda
para vacinação nos jardins da Quinta da Boa Vista, das 8h às 17h.
"Com a diminuição de casos após o cinturão de bloqueio
realizado no ano passado, os moradores do estado deixaram de procurar os postos
de saúde. Agora, o desafio é alertar a população para o perigo de um novo surto
durante o verão. Para que isso não ocorra é preciso que as pessoas se vacinem
nos postos de saúde espalhados pelo estado ou compareçam durante essa nova
etapa da campanha na Quinta da Boa Vista", explicou Alexandre Chieppe,
médico da Secretaria de Estado de Saúde.
Na capital, a vacina da febre amarela está disponível em
232 unidades da rede de Atenção Primária (Clínicas da Família e Centros Municipais
de Saúde). Os principais sintomas da febre amarela são dor de cabeça, febre,
amarelamento da pele, dores musculares e articulares, náuseas e indisposição.
Saiba mais
- Fim do fracionamento
A vacina aplicada na campanha será a dose padrão. Aqueles
que já foram imunizados com a dose fracionada, não precisam se vacinar nesta
etapa.
- Quem não deve se vacinar
A vacina não é indicada a bebês menores de 9 meses, pessoas
com contraindicações especiais (pacientes imunodeprimidos, com doenças
hematológicas graves, entre outras) e grávidas.
- Tipos da doença
Há dois tipos de febre amarela - silvestre e urbana. As
duas são causadas pelo mesmo vírus e causam a mesma doença, mas se diferem pelo
vetor de transmissão.
- Casos em macacos
Vale lembrar que o macaco não transmite a doença. Ele é
também vítima do mosquito e serve de alerta para identificar a presença do
vírus em determinado local. Ao todo, 18 municípios têm casos confirmados de
febre amarela em macacos em 2018. São eles: Angra dos Reis, Araruama, Barra
Mansa, Cachoeira de Macacu, Duas Barras, Engenheiro Paulo de Frontin, Itatiaia,
Miguel Pereira, Mangaratiba, Paraty, Petrópolis, Rio de Janeiro, São Pedro da
Aldeia, Silva Jardim, Tanguá, Valença, Vassouras, e Volta Redonda.