Aviso de Privacidade Esse site usa cookies para melhorar sua experiência de navegação. A ferramenta Google Analytics é utilizada para coletar informações estatísticas sobre visitantes, e pode compartilhar estas informações com terceiros. Ao continuar a utilizar nosso website, você concorda com nossa política de uso e privacidade. Estou de Acordo

Clipping - Rio Imagem tem aparelho em caixas desde 2014

O Globo / Rio

06/09/2018


Equipamento que custou R$ 3,6 milhões e ajuda a diagnosticar câncer em estágio inicial está sem uso no principal centro de diagnóstico do estado. Unidade também tem ressonâncias paradas enquanto pacientes esperam 12 horas em jejum por exame

Um aparelho que pode detectar a presença de tumores logo no início, e que é difícil de ser encontrado até na rede particular, permanece empacotado, sem uso, desde 2014, no Rio Imagem, o principal centro de diagnóstico por imagem do estado. Uma reportagem do RJTV, da Rede Globo, ontem, mostrou que um Pet Scan, capaz de verificar o metabolismo do corpo e detectar um câncer em estágio inicial, está abandonado dentro de uma sala em obras, onde vivem até mesmo gatos.

O Pet Scan foi comprado pelo estado em 2012. O contrato inicial, assinado em 13 de dezembro daquele ano, previa que a instalação e a montagem do aparelho fossem feitas num prazo de até 12 meses. O equipamento, que custou R$ 3,6 milhões, no entanto, só chegou ao Rio Imagem em 2014, todo desmontado. Desde então, não saiu das caixas.

Difícil de ser encontrado até na rede particular, o exame de Pet Scan passou a ser coberto pelo SUS em 2014. Fora da rede pública, uma análise com o auxílio desta máquina custa aproximadamente R$ 3,5 mil.

De acordo com as informações do RJ-TV, há apenas um aparelho deste funcionando em toda a rede pública de saúde do Rio. O equipamento é usado no Instituto Nacional do Câncer (Inca) e faz até 60 diagnósticos por semana.

Além do Pet Scan, um aparelho de ressonância magnética também está sem uso dentro do Rio Imagem, que funciona na Avenida Presidente Vargas. Imagens gravadas na unidade e exibidas pelo telejornal mostram corredores lotados de pacientes que, mesmo com horário marcado, esperam até 12 horas em jejum para fazer o exame no único aparelho que funciona no local.

 

SEM VERBA PARA OBRAS

Uma publicação no Diário Oficial, em outubro de 2013, mostra que o estado comprou por quase R$ 9 milhões três aparelhos de ressonância. Dois deles foram para o Rio Imagem, que deveria, então, passar a ter três equipamentos em funcionamento. Não é o que acontece hoje. Apenas um opera, com capacidade máxima. Outro está com defeito, e não teve o conserto providenciado pela organização social que administra o local, segundo o RJ-TV. O terceiro nunca foi usado. Desde que chegou à unidade, em 2014, ele está ligado à tomada por recomendação do fabricante. Mas um papel escrito à mão orienta a “não desligar sem autorização da Siemens (fabricante). Nem por um minuto”.

As imagens divulgadas pelo RJ-TV mostram que, na sala onde estão os aparelhos lacrados há poeira de obra e até uma criação de gatos. Para que eles entrem em funcionamento, é necessário preparar a estrutura com revestimento apropriado nas paredes. A reforma, que deveria estar pronta, está parada também desde 2014.

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou que três ressonâncias da rede estão paradas, em manutenção — uma no Rio Imagem, outra no hospital Adão Pereira Nunes, na Baixada Fluminense, e a terceira no Instituto do Cérebro, no Centro do Rio. Quanto ao Pet Scan, a secretaria ressaltou que atualmente o orçamento para completar a obra de instalação é inviável.

Após a denúncia, a Defensoria Pública estadual fez uma vistoria no Rio Imagem e cobrou do estado a instalação urgente dos aparelhos. O documento, enviado ao secretário de saúde Sérgio Dabreu, deu um prazo de até 45 dias para a resposta.

Há apenas um aparelho Pet Scan funcionando em toda a rede pública.