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Clipping - O caos na Saúde municipal

Extra / Cidades

16/07/2018


Faltam profissionais e remédios nas unidades; pacientes sofrem com espera 

Após a filha, de apenas 11 dias de vida, cair de seu carrinho de bebê no sábado, o casal Priscilla e Fabrício se dirigiu ao Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Os dois chegaram às 14h do mesmo dia ao local. Mas ontem, domingo, o EXTRA ainda os encontrou na unidade.

— Tivemos que ficar aqui por quase 24h esperando. Sábado, o neurologista não apareceu. Só ontem fizeram tomografia e liberaram — afirmou Priscilla, que preferiu não ser identificada.

A situação foi flagrada na mesma semana em que a Câmara rejeitou o pedido de impeachment do prefeito, após uma reunião entre Marcelo Crivella e pastores. No evento, ele garantiu aos religiosos agilidade para cirurgias de catarata, recomendando que procurassem sua assessora Márcia. O episódio foi lembrado na porta do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, também na Zona Oeste.

— Minha prima está há quase um ano na fila para tirar pedra da vesícula. A gente não conhece a Márcia, então fica assim — protestou a gari Cátia da Silva, de 48 anos, que acompanhava Hisis Pereira Matos, de 34.

Familiares contam que falta equipe nos hospitais.

— Estou há mais de 12 horas sem notícias de meu tio, com mal de Alzheimer. Quando os doentes chegam, os seguranças precisam levá-los, pois falta maqueiro — contou

Maria Aparecida Santos, de 50 anos, no Pedro II.

Na Coordenação de Emergência Regional (CER), Ranulfa Lima, de 65 anos, foi atendida, mas ficou sem o remédio

de que precisava.

— Ela chegou com falta de ar e tem diabetes. Eu vou tentar o medicamento em outros hospitais — relatou a vizinha Edineia Viana, de 62 anos.

Apesar da lei, hospitais falham ao divulgar escala

A tecnologia está ao alcance de muitos cariocas. Mas a possibilidade de saber, antes de sair de casa, quais médicos estão de plantão em um hospital da rede pública parece apenas uma boa ideia que nem sempre funciona na prática. No site da Secretaria Municipal de Saúde, até é possível ter acesso às escalas de sete unidades: Souza Aguiar, Salgado Filho, Miguel Couto, Lourenço Jorge, Maternidade Herculano Pinheiro, CER Leblon e UPA Cidade de Deus. Mas todas as outras unidades, incluindo 13 UPAs e os hospitais Rocha Maia e Francisco da Silva Telles, não divulgam seus dados.

Na rede estadual, também há problemas. Em diversas tentativas, ontem, a página apontada pelo portal ConexãoSaúdeRJ estava fora do ar.

Já o governo federal, que administra seis hospitais no Rio, apresentou problemas na divulgação dos plantonistas de dois deles: Bonsucesso e Lagoa.

São do ano 2.000 as regras vigentes tanto no município quanto no estado determinando que as escalas sejam disponibilizadas em quadros de aviso nas unidades. O governo federal foi além, estabelecendo que os sites das instituições também devem dar publicidade às informações.

Até o fechamento, as assessorias de imprensa das secretarias de Saúde do município e do estado não responderam ao contato. O Ministério da Saúde afirmou estar apurando as informações.