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Clipping - Exame de sangue poderá detectar autismo mais cedo

Extra / Bem viver

21/06/2018


Pesquisa identifica traços no metabolismo que ajudariam no diagnóstico precoce

Um simples exame de sangue pode revolucionar o tratamento de crianças com autismo, permitindo que as intervenções para amenizar os sintomas da doença sejam iniciadas mais cedo. Hoje, a identificação do transtorno do espectro autista é feita por observação clínica, majoritariamente após os 4 anos de idade. Com o novo teste fisiológico, a esperança é de que o diagnóstico chegue mais cedo, aumentando as chances de desenvolvimento da criança.

Um estudo publicado esta semana no periódico “Bioengineering & Translational Medicine” (Bioengenharia e Medicina Translacional, em tradução livre) comprova a eficácia da técnica capaz de prever a ocorrência da síndrome com base nos metabólitos (produto do metabolismo de uma determinada molécula ou substância) presentes no sangue.

— Nós observamos grupos de crianças com transtorno do espectro autista independentes de nosso estudo anterior e tivemos sucesso semelhante. Fomos capazes de prever com 88% de precisão se uma criança tinha autismo. Isso é extremamente promissor — comemorou o líder das pesquisas, Juergen Hahn, professor do Departamento de Engenharia Biomédica do Instituto Politécnico Rensselaer, em Troy, Nova York.

A estimativa é que 1,7% de todas as crianças sofra com transtornos do espectro autista, caracterizado como uma deficiência no desenvolvimento neurológico que provoca dificuldades na comunicação por dificuldade no domínio da linguagem, problemas de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Estudos já demonstraram que, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores são os resultados.

Por isso, Hahn e sua equipe se dedicam a encontrar marcadores fisiológicos que permitam o diagnóstico precoce. Usando técnicas de análise de grandes quantidades de dados, os pesquisadores buscaram padrões em metabólitos suspeitos de estarem relacionados com as síndromes.

Resultado satisfatório em outro teste

No ano passado, o grupo analisou informações de 149 pessoas, sendo que quase a metade já tinha o diagnóstico do transtorno. De cada uma delas foram coletadas informações sobre 24 metabólitos. A análise identificou corretamente 96,1% dos participantes.

No novo estudo, os pesquisadores analisaram outros grupos de participantes. Para evitar a burocracia da coleta de novos candidatos para se submeter aos testes clínicos, Hahn procurou por informações de outros estudos que haviam mensurado os metabólitos em questão. Foram identificados três estudos diferentes, com um total de 154 crianças com autismo. Havia um pequeno problema: os dados cobriam apenas 22 dos 24 metabólitos usados na pesquisa original, mesmo assim Hahn considerou suficiente para o teste.

Usando o mesmo algoritmo, mas analisando apenas 22 metabólitos, o exame alcançou precisão de 88%. Para Hahn, a diferença na precisão pode ter sido causada por diferentes fatores, mas certamente a redução no número de metabólitos está entre eles.

O resultado mais significativo foi o alto grau de precisão que conseguimos obter usando esta abordagem nos dados coletados com anos de diferença do conjunto inicial. Esta é uma solução que queremos levar adiante para os testes clínicos e para o mercado — afirmou o cientista.