Clipping - Hospital Pedro II fica pelo menos duas horas sem luz
O Globo / Rio
17/06/2018
Houve queda de energia, e parentes de pacientes dizem que gerador não funcionou. Unidade nega
O Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, ficou sem luz
por pelo menos duas horas, a partir das 22h30m de anteontem. Houve uma queda de
energia e, segundo parentes de pacientes, o gerador da unidade não funcionou. A
direção do Pedro II disse que a falta de energia foi provocada por um problema
técnico, e que não procede a informação de que o gerador estivesse quebrado.
Com a filha Khyara, de 1 mês, internada no Pedro II desde o
dia 7, Mariane Jesus dos Santos contou que viveu um filme de terror. Quando
faltou luz, Mariane se desesperou, porque o bebê, com os dois pulmões
comprometidos por causa de uma bronquiolite, está respirando com a ajuda de
aparelho.
— Na primeira meia hora, a bateria do aparelho funcionou.
Mas quando a bateria acabou, uma enfermeira precisou fazer a ventilação
mecânica por duas horas. Ao final, quando a energia voltou, a enfermeira até
chorou, porque estava exausta, sem forças nas mãos — relatou Mariane.
Ainda de acordo com Mariane, às 6h da manhã de ontem houve
uma nova queda de energia. Neste caso, no entanto, a luz foi restabelecida
rapidamente.
CORRERIA E GRITARIA
A dona de casa Anne Karoline Costa Oliveira, que acompanha
o filho internado na unidade de Santa Cruz desde que nasceu, há três meses,
contou que, no momento da queda de energia, houve correria e gritaria.
Falaram que o gerador estava queimado. Teve uma criança
muito mal, e a tia de uma delas ficou desesperada. Há menos de um mês já tinha
faltado luz da meianoite até 6h. Era época da greve dos caminhoneiros e
disseram que não havia diesel para alimentar o gerador. Fico muito revoltada.
Conheço bem a rotina desse hospital, onde faltam funcionários e material. Tem
médico que precisa comprar remédio para dar as crianças — afirmou Anne.
—
SEIS HORAS DE ESPERA
Já o vendedor Welington Dias de Menezes, de 51 anos, não
acompanhou a falta de energia. Welington chegou ao hospital com a filha,
Mirella, de 5 meses, às 5h da manhã de ontem. Mas levou seis horas para que a
menina fosse vista por um médico na emergência. Ele contou que foi informado
que a classificação do caso da criança não era de risco e, por isso, a equipe
médica tinha até 24 horas para atendê-la.
— Fiquei revoltado com o descaso. Minha filha está com
problemas respiratórios. Como estava sem febre só foi chamada para consulta às
11h da manhã — relatou Wellington.
Em nota, a direção do Pedro II informou que o abastecimento
da energia elétrica foi totalmente restabelecido. Disse ainda que “monitorou a
situação com o plano de contingência, atuando com prioridade absoluta no
atendimento e na assistência dos pacientes internados”. Acrescentou que o
hospital está abastecido de “insumos e medicamentos.” E desmentiu denúncias de
que haja restrições no fornecimento de água, garantindo que os acompanhantes
têm bebedouros à disposição. Quanto à alimentação, assegurou que o serviço está
em funcionamento.
Sobre o apagão, a Light informou que o problema foi interno
do hospital. “O fornecimento foi regularizado pelo próprio cliente”, disse em
nota.