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Clipping - Exame de sangue pode prever risco de bebê nascer prematuro

Extra / Bem viver

08/06/2018


Teste faz previsões confiáveis a partir do segundo trimestre da gravidez, diz pesquisador 

Cientistas desenvolveram um exame de sangue que pode prever a data do parto e identificar mulheres que correm risco de darem à luz prematuramente. A pesquisa, que é preliminar e envolve um grupo pequeno de mulheres analisadas, foi liderada pelo cientista Stephen Quake, da Universidade de Stanford (EUA), pioneiro no campo de exames genéticos de sangue. Ele afirma que esse teste pode levar a um método barato de se medir a idade gestacional de um feto em desenvolvimento.

— Tivemos a ideia de fazer um relógio molecular para ver como diferentes coisas mudam ao longo do tempo, e ele deveria nos permitir medir a idade gestacional e ver onde cada coisa está na gravidez — afirma Quake, inventor do primeiro exame não invasivo para diagnosticar síndrome de Down em bebês. Ele explica que as previsões se tornam mais confiáveis a partir do segundo trimestre de gestação.

Para realizar o estudo, que foi publicado na quinta-feira pela revista “Science”, a equipe analisou o sangue de 31 mulheres. As amostras foram colhidas semanalmente durante toda a gestação. Os cientistas estudaram genes ligados à placenta, ao sistema imunológico materno e ao fígado do feto. Descobriram que nove desses genes produzem sinais de RNA (molécula formada a partir de DNA e responsável pelo controle da produção de proteínas) que mudam ao longo da gravidez.

Preço mais em conta que os métodos atuais

O teste alcançou uma margem de erro de até duas semanas entre a data prevista e a registrada no parto. Isso significa que o novo método é tão preciso quanto os utilizados atualmente por médicos, que envolvem ultrassonografias e são mais caros. Fazendo análises do RNA, os cientistas puderam prever a prematuridade de seis mulheres em um total de oito que vieram a ter o parto antes da hora. Se estudos maiores alcançarem resultados proporcionais, essa poderá se tornar uma ferramenta para ajudar a evitar induções de parto desnecessárias ou cesarianas. Também pode ajudar a salvar bebês que morrem por prematuridade. Todo ano, 15 milhões de bebês nascem prematuramente no mundo.

Gestações de alto risco identificadas

Ao analisar as amostras sanguíneas de algumas das mulheres que tiveram bebês antes da hora, a equipe identificou sete outros genes, majoritariamente das mulheres, com sinais de RNA que pareciam indicar potencial para prematuridade. O chefe da equipe, Quake, disse que seus cientistas estão desenvolvendo planos para uma pesquisa clínica de maior alcance.

Menos entusiasmada, Diana Bianchi, diretora do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano Eunice Kennedy Shriver e especialista em testes genéticos pré-natais, afirma que um experimento desses deve envolver o máximo de diversidade possível. Para ela, é improvável que o exame de sangue substitua a ultrassonografia, que fornece outras informações importantes. Este novo método “acrescentará outra dimensão à identificação de gestações de alto risco”.

— A força do estudo está em mostrar que existem marcos moleculares que são acessíveis pelo feto e pela placenta — afirma Diana.