Clipping - Estudante de medicina denuncia LGBTfobia na UFRJ
O Globo / Rio
14/04/2018
Aluno diz que um dos professores pediu para ele ser “menos afeminado”
Um estudante de medicina da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) usou as redes sociais para denunciar casos de LGBTfobia em sala
de aula. De acordo com os relatos de Gustavo Henrique Amorim, de 25 anos, o
problema ocorreu várias vezes. Numa delas, o ataque partiu de um professor de
clínica médica, que pediu para ele ser menos “afeminado”. Outro disse que
“viado não pode fazer urologia”. O desabafo do universitário foi compartilhado
nove mil vezes.
Ao tomar conhecimento da denúncia, o diretor da Faculdade
de Medicina da UFRJ, Roberto Medronho, enviou um e-mail aos funcionários e
estudantes com o texto de Gustavo e uma nota de repúdio a qualquer manifestação
homofóbica. Medronho também criou um canal para o envio de denúncias anônimas:
— Quando recebermos denúncias, vamos abrir um inquérito
para apurar e eventualmente punir os culpados.
Outra crítica de Gustavo também recebeu respaldo da
diretoria da Faculdade de Medicina. Ao discursar na congregação do curso (principal
reunião da diretoria), ele defendeu a criação de uma disciplina voltada para o
cuidado de LGBT.
— Queremos ser capacitados para orientar e tratar o público
LGBT. Muitos dos médicos não sabem sequer o que é uma pessoa cis ou trans. Não
sabem manejar ou encaminhar transexuais que apresentam queixas devido a efeitos
de tratamento hormonal ou cirúrgico.
Medronho afirmou que a proposta foi bem recebida. Segundo
ele, a disciplina pode virar eletiva já no próximo semestre caso um professor
se disponibilize a ministrar as aulas.