Clipping - Câncer do sangue que se manifesta na pele
Extra / Bem-viver
05/04/2018
Lesões
que aparecem na pele nem sempre se originam nela. O linfoma cutâneo de células
T (LCCT), por exemplo, se refere a um grupo de linfomas não Hodgkin que são
derivados de linfócitos T, um tipo de glóbulo branco. Ou seja, este câncer
ataca as células do sangue responsáveis pela defesa do organismo. Os sintomas,
no entanto, costumam aparecer na pele como lesões semelhantes a de problemas
benignos.
— Essa doença é de difícil diagnóstico porque pode ser
confundida com eczemas, dermatites e alergias — afirma José Antonio Sanches,
professor da USP e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O LCCT representa menos de 1% de todos os tipos de
cânceres, ainda não tem cura, e sua incidência anual é de um caso a cada cem
mil habitantes no Ocidente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre os tipos de LCCT, destacam-se dois subtipos: micose
fungoide, que representa 50% a 70% de todos os casos e a síndrome de Sézari.
— São duas manifestações bem diferentes da mesma doença. A
micose é a mais prevalente, tem evolução lenta e crônica e a sobrevida do
paciente é alta. A Sézari é mais agressiva, então o paciente corre mais risco
de morrer — explica a oncologista Tânia Barreto, gerente médica da Takeda
Oncologia.
Segundo os especialistas, essa é uma enfermidade que afeta
muito a qualidade de vida do paciente, já que as lesões aparecem na pele
constantemente provocando isolamento. Eles reforçam que, por ser um tipo de
câncer, a doença não é contagiosa.
MAIS INFORMAÇÕES
Os sintomas normalmente surgem na pele, como feridas que
não cicatrizam, placas vermelhas ou escamação da pele Inicialmente as áreas que
mais apresentam os sintomas são as cobertas por duas camadas de roupas, como
seios, nádegas e em torno dos órgãos genitais
O diagnóstico leva, em média, de 5 a 6 anos para ser dado e
normalmente é feito por um dermatologista
A doença afeta duas vezes mais homens do que mulheres
As chances de a doença aparecer aumentam conforme a idade
O risco de LCCT aumenta com a idade, e os pacientes
geralmente são diagnosticados na casa dos 50 anos de idade