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Clipping - Ex-secretário estadual de Saúde acusa Pezão de receber propina

O Globo / País

05/03/2018


‘Contribuição’ viria de empresário que fornecia contêineres para UPAs

O ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes disse ontem, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, que o governador Luiz Fernando Pezão e o ex-governador Sérgio Cabral, ambos do PMDB, receberam propina de um empresário que fornecia contêineres para a instalação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

De acordo com Côrtes, Ronald Carvalho era um conhecido de Pezão de Piraí, cidade da qual o peemedebista foi prefeito, e foi uma indicação do então vice-governador para o fornecimento do material. Para isso, a licitação foi direcionada no início do primeiro mandato de Cabral. Até então, o empresário não tinha contratos com o poder público.

— O Ronald Carvalho virou um contribuinte do (então) governador (Cabral) e do próprio (então) vice-governador (Pezão) — disse o ex-secretário.

No início do depoimento, Côrtes disse a Bretas que, toda vez que falasse em contribuição, estaria se referindo à propina.

Côrtes prestou o depoimento no processo da Operação Fatura Exposta, que apura o pagamento de propina a ele e a Cabral. Ele já tinha sido ouvido no fim do ano passado, mas pediu para falar novamente sob o argumento de que gostaria de contribuir com a Justiça e indicar nomes. Ele não é delator.

“AFIRMAÇÃO ABSURDA”

Em nota, Pezão afirmou repudiar “veementemente essa mentira sórdida que vem de uma pessoa que não fez parte do meu secretariado". Disse que “a afirmação é absurda e um ato de desespero de alguém que já admitiu ser corrupto, esteve preso, vem sendo acusado frequentemente de corrupção e não honrou a classe médica”.

Pezão tem foro privilegiado no Superior Tribunal de Justiça. Essa não foi a primeira vez que o governador foi citado como integrante do esquema Cabral. Segundo relatório da Polícia Federal, o nome do governador aparece na “lista da propina” de um dos operadores associado a valores de R$ 140 mil. Além disso, um delator afirmou que o então subsecretário de Comunicação do governo do Rio Marcelo Santos Amorim contou a ele ter pago R$ 900 mil em despesas pessoais de Pezão com recursos oriundos de corrupção. Os valores viriam de empresas de alimentação contratadas do estado.