Clipping - Febre amarela: saiba escolher o repelente certo
Extra / Cidade
18/01/2018
Procura pelo item cresceu com casos de febre amarela. Saiba quais os mais indicados
As longas filas em busca da vacina contra a febre amarela, que se repetiram ontem, reforçam o temor da população do Rio em relação à doença, transmitida também pelo Aedes aegypti — o mesmo de males como dengue, zika e chikungunya. A preocupação se manifesta ainda na busca por repelentes e outros produtos capazes de afastar o mosquito. Até na hora de zelar pela saúde, porém, dá para, ao mesmo tempo, cuidar do bolso.
Um levantamento feito pelo EXTRA em quatro redes de
farmácia e uma de supermercados que vendem produtos pela internet mostrou que
um mesmo repelente pode custar mais do que o dobro em estabelecimentos
diferentes — veja mais na tabela abaixo. Além disso, é frequente encontrar
preços bem mais em conta nos ambientes virtuais do que nas lojas físicas,
inclusive nas da própria rede. O melhor caminho, como sempre, é pesquisar ao
máximo.
— Com o aumento da temperatura, os mosquitos aparecem,
então a demanda é muito alta no verão. Os repelentes mais procurados são os
infantis e aqueles específicos para as grávidas — conta Geraldo Souza, de 62
anos, balconista da Drogaria Rey, no Centro do Rio.
Contudo, se a ideia é se proteger com eficácia, não basta
ficar de olho somente nos preços mais baixos. Especialistas alertam que os
melhores repelentes são os que têm como princípio ativo a icaridina, o IR3535
(etil butil acetil amino propionato) e o DEET (dietiltoluamida), que podem ser
usados até em gestantes e crianças. O nome das substâncias recomendadas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) parece complicado, mas vale a análise mais
atenta do rótulo para saber se o produto se encaixa entre os mais indicados.
— Porém, tão relevante quanto a vacinação e utilizar o
repelente de forma correta, é evitar as áreas de grande risco, como as matas —
explica Edimilson Migowski, professor de doenças infecciosas da UFRJ.
Filas ainda de madrugada
O
medo da febre amarela fez com que cariocas começassem a formar filas nas portas
das unidades de saúde ainda na madrugada de ontem. A cena se repetiu em postos
das zonas Norte e Sul do Rio. A pior situação foi no no Centro Municipal de
Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, onde cerca de cem pessoas já aguardavam para
receber uma dose antes das 6h. Às 7h30m a imensa fila já dobrava o quarteirão.
A cena era parecida em outros pontos da cidade, como em
Copacabana e em Botafogo. Alguns dos que aguardavam nesses locais disseram que
optaram pelas primeiras horas do dia porque tentaram no dia anterior e não
conseguiram. No Centro Municipal de Saúde Dom Hélder Câmara, em Botafogo, a
primeira da fila chegou pouco antes das 5h. Moradora do Morro Azul, no
Flamengo, a cozinheira Kátia Lima, de 57 anos, madrugou para garantir a dose.
— As pessoas estão com medo e querem se prevenir, por isso
procuram os postos cedinho. Acho até que o povo ainda não está totalmente
alarmado e (quando isso ocorrer) a procura pode ser ainda maior — opinou Kátia.
PERSISTÊNCIA Quem não consegue a dose num dia volta no
outro bem cedinho para garantir a vacina
SAIBA MAIS
SÁBADO, 27, É DIA D
No próximo dia 27 de janeiro, a partir das 9h, a Secretaria
de Estado de Saúde (SES) realizará o Dia D de vacinação contra a febre amarela.
Todos os 92 municípios do Rio vão participar e o objetivo da campanha é chamar
a atenção da população para a importância de se imunizar contra a doença.
Durante a ação, a vacina estará disponível nas Unidades Básicas de Saúde, UPAs,
instalações montadas pela SES e também nos quartéis do Corpo de Bombeiros.
ATENÇÃO, IDOSOS
O secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio de Souza
Teixeira Júnior, reforçou que a vacinação de pessoas com 60 anos ou mais
precisa ser avaliado individualmente: “Os idosos, tendo uma recomendação
médica, devem buscar a vacinação. Nossa recomendação é que o idoso busque seu
médico e, tendo uma boa condição, faça a vacinação”. O infectologista Edimilson
Migowski, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica
que a vacina aplicada em idosos possui efeitos mais adversos. Mas este ano,
dada a evidência da circulação de vírus, o risco aumentado de efeito adverso é
menor do que o de adoecer. E a letalidade da febre amarela é de 30% a 50%.
MENOS DINHEIRO
Em meio a surtos de febre amarela, o governo federal
reduziu em 33%, no ano passado, os repasses para ações voltadas a situações de
emergências epidemiológicas. O investimento nessas atividades em relação a 2016
caiu de cerca de R$ 30 milhões para R$ 20 milhões. O levantamento foi feito
pelo jornal “O Globo”.
RAPAZ MORRE
O estudante Luiz Fernando Valente Rodrigues, de 17 anos,
internado no Rio com suspeita de febre amarela, teve morte cerebral confirmada,
ontem, por médicos do Hospital São Francisco na Providência de Deus. Morador de
Miguel Pereira, ele começou a passar mal na terça-feira da semana passada.
Diagnosticado com hepatite aguda, Luiz Fernando chegou a ocupar o primeiro
lugar na fila para transplante de fígado.
Primeiro caso de macaco infectado
Niterói registrou o primeiro caso de um macaco infectado
pelo vírus da febre amarela no estado em 2018. A confirmação é da Secretaria
estadual de Saúde. Além disso, subiu para cinco o número de casos da doença no
estado. De acordo com a secretaria, foi registrado um novo caso em Teresópolis,
na Região Serrana, onde já havia um registro, com morte. Outros três
aconteceram em Valença (duas mortes).
Há 13 casos suspeitos em Valença aguardando o resultado da
sorologia. A vacinação foi reforçada na cidade. Na segunda-feira, quatro
macacos foram encontrados mortos na entrada da Floresta da Tijuca, no Rio.
Também há relatos de macaco encontrado morto em Itaipava, na Região Serrana.
‘Eu tenho pavor desta doença’
Tecnóloga que chegou às 2h20 da manhã na filaEu não dormi. Por volta das 1h30m, estava acordada e, como a minha mãe havia pedido para eu pegar uma senha, decidi vir logo para cá. Acho melhor tomar a vacina logo, antes que a dose fracionada comece a ser oferecida. Já que febre amarela não foi erradicada, poderia ser uma daquelas vacinas que o cidadão toma logo após nascer. Isso evitaria esse transtorno. É uma doença que mata, não tem jeito. Tenho pavor desta doença. Há um sinal de alerta desde o ano passado.