Aviso de Privacidade Esse site usa cookies para melhorar sua experiência de navegação. A ferramenta Google Analytics é utilizada para coletar informações estatísticas sobre visitantes, e pode compartilhar estas informações com terceiros. Ao continuar a utilizar nosso website, você concorda com nossa política de uso e privacidade. Estou de Acordo

Clipping - Verão chuvoso facilita reprodução de insetos

O Globo / Sociedade

15/01/2018


Pesquisador da Fiocruz prevê este ano explosão da população de mosquitos que podem transmitir a doença


As chuvas dos últimos dias criaram as condições favoráveis no Rio para uma explosão da população de mosquitos transmissores da febre amarela, uma doença de estação chuvosa justamente devido ao ciclo reprodutivo dos insetos. A constatação é de Ricardo Lourenço, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), um dos maiores especialistas do país em insetos transmissores de doenças. Para ele, mantidos a chuva e o calor dos últimos dias, pode-se ter uma multiplicação de mosquitos em progressão geométrica entre duas e quatro semanas. Os insetos precisam da água empoçada para a eclosão de ovos. A população aumenta já na primeira semana do verão. O calor estimula o desenvolvimento dos novos mosquitos e o ciclo se repete nas condições climáticas da estação.

— Os anos de 2015 e 2016 foram mais secos que a média. O ano passado teve um pouco mais de chuva, que neste verão voltou a cair com mais intensidade. É chover e a população de mosquitos explodir na floresta e na cidade. Desde outubro os macacos morrem em florestas do estado — diz.

Lourenço assina este mês com outros pesquisadores o editorial “Chamada urgente à ação: evitando a disseminação e a reurbanização da febre amarela no Brasil”, na revista “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz”. O texto diz que, sendo o Brasil o maior produtor de vacina do mundo, epidemias de febre amarela não são aceitáveis, tornando-se uma questão ética.

O surto atual é silvestre, com mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes como vetores. O primeiro é bastante conhecido nas cidades brasileiras. A forma urbana, erradicada no Brasil em 1942, é transmitida pelo Aedes aegypti.

INFESTAÇÃO DE MOSQUITOS PREOCUPA

É o grupo coordenado por Lourenço que analisa os mosquitos silvestres coletados desde o início do surto no país, no verão passado. O grupo mostrou que os Aedes aegypti e albopictus existentes no Rio são competentes para transmitir o vírus da febre amarela que circula no Sudeste.

O Brasil todo tem que se vacinar e o Rio em especial porque tem as maiores florestas urbanas do mundo. Aqui, Haemagogus e Sabethes são comuns em bairros limítrofes a áreas de matas. O Aedes existe em toda parte. As condições para a urbanização da doença existem e não podem ser nem por um momento negligenciadas. Temos alto risco de reurbanização. As pessoas precisam se vacinar e usar repelente — destaca.