Clipping - PM dá voz de prisão a médica após discussão em UPA
O Globo / Rio
18/10/2017
Confusão, que foi filmada, começou após policiais buscarem atendimento para suspeitos baleados
No vídeo aparecem duas funcionárias da UPA, uma vestindo uniforme azul e outra com um traje amarelo. Uma delas grita: “Fala baixo. Você está gritando”. O PM retruca nervoso, em voz alta: “Tô não”. Na sequência, alguém diz algo que não dá para entender, e o policial se exalta: “É o quê? É o quê? Vou levá-la para a delegacia”. Uma mulher, com voz assustada, pede calma: “Calma. Não bate nela não”. No vídeo, é possível ouvir uma das profissionais chorando e o policial dando voz de prisão. Pelas imagens, a médica é quem está de azul.
Em nota, a Polícia Militar
negou que o PM tenha agredido a médica. Ele alega que foi desacatado e ferido
no rosto pela mulher, que o chamou “diversas vezes de animal”. Segundo a
corporação, o comandante do batalhão “abriu uma averiguação para saber as
circunstâncias do fato”. O policial registrou queixa contra a funcionária da
UPA na 53ª DP (Mesquita).
Em nota, a Secretaria estadual de Saúde informou que pedirá
esclarecimentos à organização social que administra a UPA Cabuçu, pois a
orientação aos profissionais é que todos os pacientes, independentemente do
estado de saúde, devem ser acolhidos nas unidades da rede estadual. Ainda de
acordo com o comunicado, o órgão disse lamentar o ocorrido e acreditar que “os
momentos de grande estresse que fazem parte do cotidiano dos profissionais
tanto da segurança quanto da saúde podem ter gerado a discussão que acabou
registrada no vídeo”. A secretaria disse que tomará as medidas cabíveis em
relação à profissional da UPA, após averiguação dos fatos.
A Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da
Assembleia Legislativa (Alerj), presidida pela deputada Martha Rocha (PDT), vai
solicitar informações à Polícia Militar e à Secretaria estadual de Saúde sobre
o ocorrido na UPA Cabuçu. A comissão quer saber quais foram as providências
adotadas pelas instituições. Um ofício também será enviado à Polícia Civil para
apurar se foi feito registro de ocorrência. Uma audiência pública para discutir
a postura dos profissionais também pode ocorrer, segundo a deputada.