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Clipping - Cirurgião sequestrado na Maré quer deixar o país

O Globo / Rio

18/10/2017


Profissional, que é colombiano, terá que prestar novo depoimento

 Há cinco anos no Rio, o médico que foi sequestrado domingo na Unidade de ProntoAtendimento (UPA) da Maré é colombiano e pretende voltar a seu país o quanto antes, segundo o “RJ-TV”, da Rede Globo. O cirurgião deverá prestar novo depoimento nos próximos dias, porque a Polícia Civil constatou contradições nas informações passadas por ele anteontem. O delegado Wellington Vieira, da 21ª DP (Bonsucesso), disse que a vítima pode ter omitido dados por medo e que não descarta oferecer ao cirurgião a possibilidade de ingressar no programa de proteção a testemunhas. O médico foi levado por bandidos da Maré numa ambulância para cuidar de um traficante que tinha sido baleado.

Sobre os momentos em que o médico e o motorista da ambulância ficaram juntos, existem algumas contradições. Não podemos citar quais são, mas existem. Por isso, vamos chamar novamente o médico para depor. Não acredito que as pessoas estejam mentindo, mas pode ser que tenham omitido algum detalhe, devido à situação de grande perigo — disse o delegado.

MÉDICOS SUSPEITOS

O motorista da ambulância prestou um novo depoimento ontem. Ele contou que, quando chegou à UPA da Maré no domingo, havia cerca de 50 bandidos armados. Eles o obrigaram a tirar o uniforme, que foi usado por um homem do bando que assumiu a direção da ambulância. O motorista foi chamado novamente à delegacia para tentar reconhecer suspeitos por meio de fotografias.

A polícia investiga ainda se médicos contratados pelo tráfico de drogas participaram do crime. O cirurgião colombiano contou em seu depoimento que os bandidos fizeram perguntas usando termos técnicos, indicando que teriam conhecimentos de medicina. Segundo o médico, o criminoso baleado sofreu uma lesão vascular grave e pode ter que amputar o braço. Uma mulher acompanhou o traficante ferido durante a remoção.

— No local, além de traficantes armados, existiam pessoas que teriam muito conhecimento de medicina, então ele supõe que sejam médicos a serviço do tráfico de drogas — disse o delegado Vieira.

A polícia já teria identificado o bandido baleado. O delegado informou apenas que o ferido não é o chefe do tráfico na Maré, Thiago da Silva Folly, como se pensava. Imagens de câmeras de segurança da Avenida Brasil e das linhas Amarela e Vermelha também estão sendo analisadas para descobrir o trajeto feito pela ambulância da Maré até o destino final, na Baixada Fluminense. A polícia já sabe que veículo percorreu 111 quilômetros, mas ainda não teve acesso às informações do GPS, que devem chegar hoje. O traficante baleado teria sido levado para uma clínica, onde foi operado.

— A hipótese mais forte é que uma clínica regular tenha prestado o atendimento. O que precisamos agora é descobrir que clínica é essa e a que título esse atendimento foi prestado. Se foi um atendimento conivente, se foi um atendimento regular a uma pessoa qualquer ou se a clínica recebeu dinheiro para que isso fosse feito — explicou o delegado.