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Clipping - Pacientes denunciam caos na saúde do Rio

O Globo / Rio

14/10/2017


UPAs estão sem medicamentos e salários de profissionais da rede municipal não foram pagos

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Madureira, quem chega para ser atendido passa por uma triagem e, se não houver de risco de morte, é orientado a procurar outra unidade de saúde. Foi o que aconteceu com a secretária Luana Rodrigues, de 37 anos, na manhã de ontem. Desde o fim de agosto, faltam medicamentos, materiais hospitalares e até alimentos no local. E a solução, para funcionários que também estão com salários atrasados, foi o contingenciamento.

— Estou com dores no peito e pulmão, febre, garganta infeccionada. Mas não estão atendendo. Vou agora para um médico particular, mesmo sem plano — lamentou Luana.

A situação precária da unidade não é caso isolado na rede municipal de saúde. A Prefeitura contingenciou R$ 395 milhões do orçamento da área para este ano. No Hospital Salgado Filho, no Méier, a superlotação do setor de internação tem obrigado pacientes a dormirem em macas nos corredores. Já no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, profissionais contratados estão há dois meses sem receber salários. Na UPA de Engenho de Dentro, faltam até medicamentos básicos para distribuição. Assistente de tecnologia da informação, Janaína de Menezes, de 39 anos, saiu da unidade com uma receita para tentar pegar em outros locais a Dipirona Sódica 500 mg e o Ibuprofeno 300 mg que estavam no receituário.


— A médica disse que eu poderia pegar aqui, mas não tem. Vou ter que correr atrás disso sozinha — lamentou a paciente.

E o que está ruim pode ficar pior. Para 2018, o prefeito Marcelo Crivella enviou à Câmara de Vereadores uma proposta de orçamento que prevê um corte de 8,7% em relação ao que foi aprovado para este ano. No documento elaborado pela Secretaria municipal de Fazenda (SMF), serão destinados R$ 4,978 bilhões para a saúde em 2018, enquanto em 2017 o orçamento aprovado foi de R$ 5,455 bilhões.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) negou a informação sobre a falta de medicamentos e alimentação na UPA de Madureira e afirmou que o Salgado Filho e a UPA funcionam em regime de classificação de risco, no qual os casos mais graves têm prioridade. A Secretaria ainda disse que trabalha de acordo com o cronograma de pagamentos estabelecido pela Secretaria municipal de Fazenda, para que eventuais atrasos sejam sanados. E acrescentou que a paciente Janaína Menezes recebeu todos os cuidados e foi orientada a buscar medicações na sua unidade de referência de Atenção Básica (Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde).