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Clipping - Sífilis volta a ser epidemia

Extra / Bem Viver

16/10/2017


Doença cresce 5.000% em apenas cinco anos e ganha um dia nacional de combate

Uma doença que estava apenas no imaginário popular voltou a fazer parte do cotidiano dos brasileiros. Em apenas cinco anos, o número de casos de sífilis aumentou 5.000%, segundo dados do Ministério da Saúde (de 1.249 em 2010, para 65.878 em 2015). Por conta deste crescimento, o terceiro sábado de outubro foi decretado com o “Dia D” de combate à doença. Segundo especialistas, este número de casos está elevado porque as pessoas perderam o medo de contrair doenças sexualmente transmissíveis por conta do avanço dos tratamentos. A doença também pode ser passada da mãe para o bebê.

— A Aids deixou de ser uma “sentença de morte” com o desenvolvimento de novas drogas antirretrovirais e hoje a população que vive com HIV tem uma qualidade de vida melhor, isso talvez tenha levado a um relaxamento com a prevenção de DSTs. Há uma tendência mundial de redução do uso de preservativo nas relações sexuais, principalmente entre os jovens — explica Aline Junqueira, infectologista do Hospital Adventista Silvestre.

Outro motivo apontado pelos especialistas é que o tratamento é fácil e de baixo custo.

— O mais provável é que a acessibilidade da penicilina tenha passado de nossa maior aliada para nossa maior inimiga. O preço modesto, que deveria facilitar o acesso da população à droga, desestimula a indústria farmacêutica a fabricá-la — comenta o urologista Moacyr Simas.

Consequências graves

 Apesar de ter fácil diagnóstico (por meio de um exame de sangue ou da raspagem da ferida que aparece na primeira fase da doença) e tratamento baseado em aplicações de penicilina, que curam rapidamente os pacientes em fases iniciais, a sífilis pode trazer graves consequências se não for tratada.

— A doença desenvolve lesões na pele, nos ossos, nas articulações, podendo causar aneurisma, meningite paralisia geral e demência — relata Ana Cláudia Sodré, ginecologista da Policlínica Centrodador.com.

— Infecções congênitas (passadas das mães para o bebê) acarretam alta morbidade abortamento, prematuridade e baixo peso de nascimento, deformações ósseas, articulares e neurológicas como meningite, surdez e dificuldade de aprendizado — completa a infectologista Aline.