Clipping - Tecnologia no tratamento do câncer
O Dia /
15/10/2017
Novo hospital no
Méier promete ser referência e terá capacidade para seis mil consultas mensais
O câncer é a segunda causa de
morte por doença no Brasil, atrás apenas dos problemas cardiovasculares. E um
dos motivos que mais leva o paciente a óbito é a falta ou precariedade no
tratamento. Para fazer a diferença e prestar qualidade em assistência, a
Fundação do Câncer, criada há 26 anos no Rio, inaugurou o Hospital Fundação do
Câncer, em pleno subúrbio, no Méier, com capacidade para realizar cerca de 6
mil consultas por mês. A unidade está em processo de credenciamento no SUS e pretende
atender, além dos convênios, pacientes oncológicos da rede pública.
O hospital reúne todas as fases
de diagnóstico e tratamento aos adultos com equipamentos de última geração.
“O paciente hoje não consegue resolver
a vida dele em um único local. Ele enfrenta uma via-crúcis: faz o diagnóstico aqui,
depois vai para o consultório ou posto de saúde ali e isso é muito ruim porque perde
tempo de tratamento.
Sem contar que os médicos e
assistentes não se falam e não botam o paciente como centro. Quando você faz
isso tudo num lugar só, a pessoa ganha em qualidade de vida porque o processo
fica muito mais ágil e eficiente”, declarou
o diretor da unidade, o
mastologista Carlos Frederico Lima. Com conceito de atendimento humanizado, o
prédio de 7.400m², dividido em três andares, é todo decorado nas cores branca e
lilás e, pelos corredores, nem de longe parece
um hospital. Na sala de quimioterapia,
por exemplo, não há divisórias. O espaço é todo aberto, separado apenas por
cortinas. “Fizemos essa estrutura para dar um ar mais leve ao local. Assim o
paciente faz o tratamento, conversa com quem está ao lado e se sente mais à
vontade”, explicou Lima. Em cada uma das 10 seções, há poltronas, TV com conexão
Bluetooth, e espaço para acompanhante. Entre as salas de exame, a de
ressonância magnética, tem recursos para deixar o paciente mais confortável. Como
o equipamento emite ondas que provocam barulho intenso, a pessoa utiliza um
headphone ao som de uma música em ritmo lento, para acalmar. No teto, é projetada
a imagem de um céu claro, também para dar sensação de tranquilidade. Na sala ao
lado, de tomografia, a tecnologia também predomina. O equipamento ultra moderno
faz exames em 30 segundos. “O que mede a qualidade de um tomógrafo é a
quantidade de canais. Nosso aparelho
antigo tinha dois e o novo possui 128”, apontou
o diretor.
Radioterapia será lançada em 2018
Para compor todas as etapas de tratamento, no terreno ao lado do hospital está sendo construída a ala de radioterapia, com equipamentos em 4D (em quatro dimensões), o que garante precisão milimétrica da região a ser tratada. A previsão de inauguração é para o primeiro semestre do ano que vem. Como filantropia é uma das premissas da unidade, neste mês, o hospital lançou uma campanha em apoio ao Outubro Rosa e distribuiu 60 mamografias gratuitas a mulheres acima de 40 anos sem plano de saúde. A ação teve adesão recorde.
Em um dia todas as vagas foram
preenchidas. Caso não haja a certificação da unidade pelo SUS, a direção
pretende
realizar alguns atendimentos de
graça. “Estamos aqui para atender a população e vamos estudar a melhor forma de
receber quem não pode arcar com o tratamento”, revelou Carlos Frederico. No
combate ao câncer de mama, o equipamento de mamografia da unidade é o que há de
mais recente no mercado. O aparelho tem um artefato que permite fazer cortes adicionais
no diagnóstico da mama. “Isso aumenta a sensibilidade do exame e lesões que talvez
passem despercebidas em um aparelho convencional conseguimos detectar”, destacou
o médico.