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Clipping - Pais congelam células-tronco extraídas de dentes de leite

O Globo /

17/06/2017


Niterói realiza procedimento que é opção para cura de doenças

Entre os 4 e os 6 anos, começam a cair os primeiros dentes de leite. Normalmente, eles são descartados ou guardados em caixinhas como lembranças e ficam esquecidos por lá durante anos. Muitos pais, no entanto, estão dando um destino bem mais útil aos dentinhos dos filhos, enviando-os para serem congelados e armazenados em laboratórios de criopreservação. O objetivo é preservar as células-tronco presentes na polpa do dente.

Em Niterói, a dentista Veronica Tinoco passou a realizar o procedimento em sua clínica, o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Segundo ela, as células-tronco extraídas da polpa do dente de leite não invalidam as do cordão umbilical. Elas se complementam, por tratarem de doenças distintas. A dentista explica que as células extraídas do sangue do cordão umbilical são de origem hematopoiética e só podem dar origem a células do sangue e do sistema imunológico. Elas são usadas para tratamento de doenças sanguíneas, como leucemia, anemias e linfomas.

Já as células-tronco encontradas na polpa do dente de leite são de origem mesenquimal e têm grande potencial para originar diversos tecidos do nosso corpo, como pele, músculo, cartilagem, ossos e até mesmo órgãos inteiros. Estudos apontam que elas se apresentam como possível cura para diversas doenças, como diabetes, Alzheimer, artrite reumatoide, doenças cardíacas e alguns tipos de cegueira.

— O ideal é que os pais retirem as células-tronco do cordão umbilical e também do dente de leite para se resguardarem de um número maior de possíveis doenças. Claro que torcemos para que ninguém precise, como acontece com um plano de saúde. Mas, se precisar, o recurso estará lá — diz Veronica.

De acordo com a dentista, uma das vantagens das células-tronco extraídas a partir da polpa dos dentes é que elas têm capacidade de multiplicação em laboratório, sem perda de qualidade após sua expansão. Já no caso das células-tronco do sangue do cordão umbilical só é possível armazenar um número de células predeterminado. Outra vantagem do procedimento da polpa dos dentes é que o material pode ser extraído de qualquer dente de leite, o que faz com que haja mais tempo para a retirada.

— É possível fazê-lo com qualquer dente de leite, mas, quanto mais cedo, melhor — explica Veronica.

Ela conta que começou a pesquisar sobre o assunto como mãe e não como dentista, após ter coletado o cordão umbilical dos dois filhos e ter havido um problema com a amostra da filha, o que inviabilizou seu armazenamento.

O procedimento é agendado, e após a extração as células-tronco são encaminhadas no mesmo dia para o laboratório R-Crio, em Campinas, São Paulo. O procedimento custa R$ 2.998, valor que inclui a coleta, os exames, a multiplicação das células e a anuidade. Após um ano, começa-se a pagar R$ 790, a cada 12 meses, pelo armazenamento.