Clipping - Para dizer adeus aos bonés

Dizem que é dos carecas, cujo dia é comemorado amanhã, que elas gostam mais. Para quem não concorda com a máxima, há uma gama de opções de tratamento ou, em último caso, de camuflagem da calvície. É o caso da micropigmentação capilar, técnica que permite disfarçar a perda de cabelo — ou falhas e imperfeições — por meio do depósito de pigmentos no couro cabeludo. 

Segundo o pigmentador dérmico Elan Mello, que trabalha com a técnica há oito anos, o procedimento reproduz os fios de forma natural, o que garante a satisfação dos cerca de 300 clientes que ele atende por ano. 

— Os carecas sofrem, desfazem casamentos e encerram carreiras por causa da calvície. Há pessoas que passam anos só saindo de casa de boné. A micropigmentação capilar eleva a autoestima da pessoa e a faz se sentir livre — diz. ´ 

Após completar 30 anos, Linaldo Guimarães, de 59, começou a perder os cabelos do topo da cabeça. Adepto da micropigmentação capilar, o aposentado diz que ninguém desconfia de que ele se submete ao procedimento: 

— O barbeiro passou a máquina e disse que não entendeu porque o cabelo não saiu — conta:— Faria de novo e indico para todo mundo. Antes, ouvia muito coisas do tipo: “Ali, do lado daquele careca”. Agora deixei de ser ponto de referência (risos). 

Para o dermatologista Fabrício Lamy, professor de pósgraduação em Dermatologia do Instituto Carlos Chagas, só se deve lançar mão da micropigmentação capilar depois que todos os tratamentos para a queda de cabelo se esgotarem. 

— Se a pessoa tentou tratar a causa do problema, e o cabelo não voltou a crescer, a técnica pode ser uma opção para camuflar o que está incomodando. Mas trata-se só de um disfarce, que não ajuda na recuperação dos fios — frisa o médico, lembrando que alérgicos devem ter cautela devido aos pigmentos usados. 

O paciente é avaliado para que sejam detectados variações de tons na cor do cabelo, movimento e anatomia dos fios (se nascem arrepiados ou não). É feita uma limpeza no couro cabeludo para retirar a camada morta da pele. Também são usados cremes para reduzir a sensibilidade na região 

O procedimento é feito com um aparelho chamado dermógrafo, que deposita o pigmento na derme (camada interna da pele). Dependendo do tipo e do corte de cabelo, podem ser desenhados pontos, fios ou mechas no couro cabeludo A aplicação dura em torno de quatro a cinco horas. Um dia antes, o paciente deve cortar o cabelo do jeito que pretende usar, para que o procedimento seja feito acompanhando aquele desenho 

Pessoas cuja pele tem tendência a manchar devem usar bonés para proteger o couro cabeludo do sol nos primeiros 30 dias após a micropigmentação capilar Nos três primeiros dias, é preciso lavar a cabeça três vezes ao dia com xampu neutro ou sabonete antisséptico. A medida evita inflamações Fatores como radiação ultravioleta, oleosidade e renovação celular fazem o pigmento clarear com o tempo. Sessões de manutenção são indicadas a cada quatro anos Do terceiro ao sexto dia, deve-se evitar molhar a cabeça para que as casquinhas resultantes da cicatrização sequem e caiam sozinhas